Texto: Sobre morar temporariamente [quase] sozinha



Olá vocês, como estão?


Nossa, como faz tempo que não posto aqui, como estão? Ainda há alguém por aqui?

    Recentemente minha mãe foi viajar, digo, já fazem quase três semanas... e como passa rápido, mas devagar ao mesmo tempo.
   Durante esse período como o título diz "morar quase sozinha", porque meu pai não foi com ela, mas como ele trabalha o dia todo, só nos vemos durante a noite, e nas folgas que não são muitas, ou seja passo a maior parte do tempo sozinha.
    Mas enfim, o que eu aprendi e continuo aprendendo nesse período? Sinto falta da minha mamãe querida, sinto falta até dela brigando comigo, embora seja horrível brigar com ela sinto falta. 
    Aprendi que não importa o quanto de água a mais eu coloque pra fazer o arroz, nunca vai estar bom pro meu pai, o arroz vai estar sempre duro, e isso vale pro sal também, não importa o quanto eu coloque, a comida continua sem gosto. Aprendi que sou uma proteladora, não consigo fazer nada a menos que eu seja obrigada, caso contrário fico adiando, adiando e nunca faço. Aprendi (por incrível que pareça) a "enfrentar" uma barata e mata-la, acreditam? Logo eu que tenho medo, aliás pavor, choro até de pensar que esses insetos malignos existem, sem minha mãe aqui só havia eu eu mesma com meus 1,50m de altura e 18 anos as 5 horas da manhã pra enfrentar essa abominação, não tinha a mamãe pra gritar e não podia dormir no sofá, o que nos leva a outro aprendizado: acordar em horários estranhos de madrugada enquanto chovia pra afastar o sofá do lugar que cai água, porque isso era outra tarefa que não é minha, mas acabou sendo. 
    Redescobri que gosto do escuro, já que se eu não lembrar de ligar as luzes, meu pai não vai, então acabamos passando um bom tempo sem luzes, o que já diminui a conta de luz rs.
    Durante esse tempo me senti mais sozinha do que em qualquer época da vida, durante a primeira semana eu mal conseguia levantar da cama e abrir as janelas, porque fazer isso me obrigava a andar pela casa e ver que só eu estava lá. 
Mas uffa, passou! Sobrevivi a essa semana! 
   E logo comecei a tentar fazer as coisas, e como é difícil em!? Cozinhar é um martírio, confesso. Só entre nós aqui, deixei de comer muitas vezes por preguiça, mas é segredo não contem a minha mãe que me fez prometer que comeria comida de verdade pelo menos uma vez por dia, e não contem muito menos que muitas vezes fui almoçar ás três da tarde e que esse almoço foi um pedaço de pizza. Imaginem se ela descobrisse que as vezes como chocolate antes do café da manhã? Ela ficaria horrorizada.
   Durante esse período minha maior dificuldade está sendo fazer algo útil do meu tempo, tenho uma pilha enorme de roupas pra passar, mas ainda não consegui terminar, o calor não deixa! Mentira, é a preguiça mesmo rs. (Não digo "foi" no passado, pois  ainda estou "sozinha", e esse post será terminado daqui uma semana apenas)
    E nossa como tem dias que o tempo passa rápido! Tenho acordado antes das oito horas da manhã e quando olho no relógio já são quatro da tarde e penso: "o que eu fiz do meu dia?" isso mesmo, n-a-d-a. 
    E logo eu fui fazer uma lista de coisas pra fazer antes desse tempo "sozinha" acabar, e só consegui cumprir três ou quatro coisas, não sirvo pra isso.
    Descobri que posso sair a hora que quiser e só dizer: "pai, estou indo em tal lugar, volto daqui a pouco" e ele não fala nada, e é estranho porque eu com 18 anos já tenho que pedir permissão pra minha mãe, e com ele não, isso é louco não é? Ou será a forma que eu imponho que vou fazer tal coisa e não dou abertura pra ser contrariada que faz com que eu tenha essa "independência"? E sim me tornei mais independente já que nesse período tudo depende de mim.
   Por hora cheguei a conclusão de que não levo o menor jeito pra morar sozinha, mas cada dia é um aprendizado, certo? 
   Tenho medo de ficar sozinha, fato. Muito tempo ocioso, o que acaba me deixando triste, apesar de ter várias coisas pra fazer em casa, do tipo serviço doméstico sabe? E olha, não levo jeito algum pra isso, estou surpresa em como não coloquei fogo em casa ainda!
[...]

*Texto publicado quase seis anos mais tarde (12/2020), só para não esquecer. 


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